A ESOP – Associação de Empresas Portuguesas de Open Source anunciou ontem à tarde, 20 de Outubro, o vencedor do Prémio Abertura 2022, no evento ‘Open Source: Tecnologia que FAZ e DESCOMPLICA’, que decorreu no Altice Fórum Braga. Um Prémio que visa distinguir as entidades que se evidenciaram pela utilização e adoção de tecnologias Open Source ou que contribuíram para a sua divulgação e dinamização no último ano.

O ‘Open Source: Tecnologia que FAZ e DESCOMPLICA’ foi organizado pela ESOP, em colaboração com a AEMinho – Associação Empresarial do Minho e com o apoio das empresas Keep Solutions e Eurotux, associados da ESOP. Neste evento, as três entidades distinguidas pela ESOP tiveram oportunidade de dar a conhecer com detalhe os seus projetos nomeados para o Prémio Abertura: o Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), com o Repositório Clínico Digital do Centro Hospitalar Universitário de São João, a Direção Geral do Livro dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), com a Plataforma Consulta Real em Ambiente Virtual e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), com o seu Sistema de Gestão da Qualidade.

A sessão de abertura contou com a participação de Ricardo Costa, da AEMinho, que reconheceu o papel do software Open Source na transição digital e na criação de eficiência e valor para as empresas, designadamente para as empresas do Minho.

O projeto ‘Repositório Clínico Digital’ do Centro Hospitalar Universitário de São João foi apresentado pela Senhora Diretora do Centro de Gestão de Informação e Diretora de Sistemas de Informação e Comunicação no Centro Hospitalar Universitário de São João, Maria João Campos, que explicou que "Foi opção de projeto do RCD promover o uso de tecnologia aberta para a criação do repositório fundamentalmente pela sustentabilidade do projeto e pela sua longevidade em matéria de preservação digital, assunto da maior relevância na transformação digital na Saúde. A promoção da adoção e utilização de tecnologias abertas facilita ainda, na perspetiva do CHUSJ, a replicação que se pretende para os resultados obtidos com o projeto, permitindo que outras entidades de Saúde possam tirar partido do repositório clínico digital implementado. Este desenvolvimento possibilitou ainda o incentivo de novos parceiros tecnológicos a contribuir para o seu desenvolvimento, num espírito aberto e de transparência que muito contribui para o futuro nesta área de preservação digital na Saúde." Para isso, a Keep Solutions, parceira no desenvolvimento deste projeto, utilizou soluções Open Source que deram suporte a essas necessidades.

O projeto ‘Consulta Real em Ambiente Virtual’ (CRAV) da DGLAB foi apresentado pelo Senhor Diretor de Serviço de Inovação e Administração Eletrónica, Nuno Abrantes, e pela Doutora Maria José Almeida. Mais um projeto que revelou a importância do Open Source na digitalização, neste caso de documentos principalmente históricos integrados no arquivo nacional, que carecem de consulta eficiente, que não comprometa a integridade dos mesmos. Neste momento a DGLAB estima possuir 120km de documentos em arquivo, sendo que desses apenas cerca 3km estão digitalizados. A empresa parceira no desenvolvimento desta fase do projeto foi a Caixa Mágica Software, também associada da ESOP.

Por último a Engenheira Helena Torgal, Coordenadora da Área da Qualidade e a Doutora Glória Isidro, Coordenadora do Departamento de Genética Humana e Gestora da Qualidade, deram a conhecer o Sistema de Gestão da Qualidade do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, IP. Apresentaram alguns dos desafios de gestão com que se deparavam antes de implementarem este sistema (como por exemplo, as limitações que enfrentavam ao nível do número de utilizadores simultâneos), que ultrapassaram através de solução baseada em Open Source, implementada pela ThinkOpen Solutions. A solução permitiu criar um sistema personalizado, que otimizou o funcionamento interno do INSA na área da gestão da qualidade.

O evento contou, ainda, com uma interessante apresentação do Professor José João Almeida, da Universidade do Minho, conhecido pelos seus contributos para a comunidades das linguagens de programação Phyton e Perl e pelos contributos para corretores ortográficos de língua portuguesa usados por vários sistemas informáticos, como por exemplo o Libre Office.

O ‘Open Source: Tecnologia que FAZ e DESCOMPLICA’ terminou com o anúncio do Vencedor do Prémio Abertura, entregue pelo Presidente da Direção da ESOP, Gerardo Lisboa.

Gerardo Lisboa salientou que todos os nomeados são vencedores e que foram os escolhidos por serem projetos muito relevantes e interessantes, sendo o Vencedor o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Receberam Menções Honrosas o Centro Hospitalar Universitário de São João e a Direção Geral do Livro dos Arquivos e das Biblioteca.